1º de Maio SEM MUITO ALARDE
Merece leitura atenta e reflexiva o texto publicado na Folha, ontem, assinado por oito dirigentes de centrais sindicais em comemoração do Dia do Trabalhador reivindicando democracia e direitos.
A publicação pela Folha reconhece a importância das entidades e das posições assumidas e efetivadas pelo movimento sindical dos trabalhadores no esforço unitário para comemoração do 1º de Maio.
Comemoração que contou com manifestações em todo o país, agregadoras, festivas e de luta ainda que com baixo comparecimento de trabalhadores e trabalhadoras das bases sindicais.
O evento em São Paulo com a presença do presidente da República, do vice-presidente, de oito ministros de Estado, de muitas outras autoridades convidadas e de participantes que suportaram o verdadeiro forno em que se transformou o local e ouviram os dirigentes das centrais expressarem novamente as ideias reproduzidas no texto da Folha.
Valorizando com ênfase a relação efetiva entre as ações positivas do governo e as aspirações do movimento sindical – cimentadas na base pela política de valorização do salário-mínimo e na cúpula pelo diálogo permanente e negociações proveitosas – a manifestação paulistana não deixou de apontar os temas de luta que ainda demandam soluções e que exigem capacidade de mobilização que não foi demonstrada na organização do ato, deixando a desejar.
Talvez o Brasil seja no conjunto das nações o único país em que o primeiro mandatário participa a convite das direções sindicais unidas de um ato comemorativo do 1º de Maio onde se afirmaram vitórias e lutas, contribuindo para a normalização da vida nacional, que segue.
João Guilherme Vargas Netto
É membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo
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