CASO AMERICANAS: Centrais ajuízam ação civil pública
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No dia 25 de janeiro de 2023, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a
União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Força Sindical (FS), a Central dos
Sindicatos Brasileiros (CSB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores
(NCST), a Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços
(Contracs-CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio
(CNTC) ajuizaram Ação Civil Pública perante a 8ª Vara do Trabalho de
Brasília com o fim de garantir os direitos dos mais de 44 mil empregados
do Grupo Americanas, além do direito de outros milhares que atualmente
lutam na Justiça do Trabalho para o recebimento de seus créditos
trabalhistas.
Recentemente, a Americanas apresentou pedido de recuperação judicial,
apontando uma dívida superior a R$ 43 bilhões e segue em risco iminente
de insolvência. Com a ameaça de descumprimento dos direitos de
trabalhadores e de trabalhadoras, a ação civil pública busca garantir
que o patrimônio pessoal dos acionistas de referência Jorge Paulo
Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles possa ser executado
independentemente do processamento da recuperação judicial.
Além da defesa do emprego e dos direitos dos mais de 44 mil empregados
do Grupo Americanas, que estão espalhados em mais de 1.700 lojas, a ação
também busca garantir que aquelas pessoas que lutam na Justiça do
Trabalho para conseguir receber seus direitos não se prejudiquem com o
processo de recuperação judicial ou com eventual falência. Há quase 17
mil ações trabalhistas em curso contra empresas do Grupo Americanas,
representando um valor total de R$ 1,53 bilhão.
A ação visa desconsiderar a personalidade jurídica da Americanas e
responsabilizar os acionistas de referência pela fraude contábil que se
desenrolou durante anos na Companhia e que inflou artificialmente não só
o lucro, mas os dividendos distribuídos aos acionistas, sendo os três
bilionários os maiores beneficiários da fraude. Além disso, a ação pede o
bloqueio do valor de R$ 1,53 bilhão na conta pessoal dos sócios
majoritários, com o fim de garantir que os trabalhadores que lutam na
Justiça por seus direitos possam receber sem demora os seus créditos.
Segundo Nilton Neco, Presidente do Sindec Porto Alegre e representante
da categoria comerciária da Força Sindical, “é essencial que a Justiça
do Trabalho desconsidere a personalidade jurídica da Americanas e
responsabilize solidariamente aqueles que mais se beneficiaram da fraude
durante todos esses anos. É a única forma de garantir que o Grupo não
dê calote nos trabalhadores e que cumpra com suas obrigações”.
A ação não discute a recuperação judicial e por isso não se submete à
decisão proferida naquele processo. Atualmente aguardamos resposta ao
pedido de liminar.
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