Trabalhadores dos Correios aprovam indicativo de greve para dia 23

Luta é contra o caos causado pela má gestão, que penaliza o trabalhador com trabalho em excesso e transferências arbitrárias

 Publicado: 21 Dezembro, 2022 - 10h44 | Última modificação: 21 Dezembro, 2022 - 10h48

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

 SINTECT-DF
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Trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Brasília (DF) aprovaram, na noite de segunda-feira (19), um indicativo de greve para sexta-feira, dia 23 de dezembro, em protesto contra a má gestão no uso do Sistema de Distritamento (SD), que tem gerado caos e sobrecarga de trabalho, além de abrir a possibilidade de transferências arbitrárias.

“Não vamos aceitar que se penalize o trabalhador por uma má gestão, uma política de sucateamento e de precarização de serviço para a população”, pontuou, durante a Assembleia Geral, a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios e Telégrafos do DF (Sintect-DF), Amanda Corcino.

“Queremos a suspensão da implementação desses SDs. Nós precisamos rediscutir o uso dessa ferramenta que não reflete a realidade”, ressaltou Amanda.

O SD é o sistema que permite definir a área física em que o carteiro será responsável pela distribuição de correspondências, encomendas, com base na quantidade de objetos diários, sua natureza, topografia, concentração de endereços, entre outros critérios. 

O uso do SD tem causado muitos e diferentes problemas às unidades e aos trabalhadores, que têm que lidar com o excesso de trabalho, sobrecarga e jornadas exaustivas, sem contar o risco de transferência arbitrárias.   

Transferências arbitrárias

As transferências arbitrárias de trabalhadores, que os Correios disseram que fariam para resolver o problema de gestão criado pela atual direção, foi muito criticada durante a assembleia. De acordo com os dirigentes, após a pressão do Sintect-DF, não houve movimentações de trabalhadores.

"A má gestão da empresa não pode tirar trabalhadores a força de seus locais de trabalho. Há trabalhadores que possuem 20 anos de casa, uma dificuldade e tempo enormes para conseguir uma transferência, e de repente a empresa pode tirar isso de você? Não aceitamos que trabalhadores sejam prejudicados”, disse Amanda.

Segundo a dirigente, os Correios querem tirar trabalhadores da Ceilândia, Taguatinga e Samambaia, por exemplo, para atender outras áreas com mais recursos no Plano Piloto. “Eu visito essas unidades e nunca vi um carteiro à toa sobrando. Pelo contrário, o que sempre tem é serviço de entrega e pouco funcionário pra isso”, explicou Amanda.

Um nova assembleia-geral do Sintect-DF, marcada para o dia 23, poderá ou não decidir pela deflagração da greve.

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