Oposição tenta anular ‘graça’ de Bolsonaro a deputado que atacou STF
O partido Rede Sustentabilidade apresentou ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) ao STF (Supremo Tribunal Federal) em que pede o reconhecimento da incompatibilidade da graça concedida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Na ação, o partido destaca que “assim como a imunidade parlamentar não pode servir de escudo protetivo para práticas de condutas ilícitas, também, não se pode admitir que a prerrogativa de o presidente da República conceder graça sirva para acobertar aliado político e particular da justa pena estabelecida pelo Poder Judiciário.”
Bolsonaro editou decreto em que concedeu graça ao parlamentar após o plenário do Supremo condenar Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão e torná-lo inelegível.
Além das reações no campo jurídico, o indulto concedido por Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira também é questionado no Legislativo.
Na última sexta-feira (22), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) apresentou PDL (Projeto de Decreto Legislativo) com o objetivo de anular o decreto publicado por Bolsonaro.
O senador argumenta que a Constituição Federal concede poder ao Congresso Nacional para “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
Todavia, é pouco provável que a iniciativa de sustar o decreto de Bolsonaro por meio de PDL tenha efeito. Na avaliação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), “não é possível ao parlamento sustar o decreto presidencial, o que se admite apenas em relação a atos normativos que exorbitem o poder regulamentar ou de legislar por delegação”.
O STF ainda determinou o pagamento de multa estimada em R$ 192,5 mil acrescida de correção monetária. Os ministros acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes.
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