Projeto de igualdade salarial entre homens e mulheres volta à Câmara
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Aprovado pelo Senado em 30 de março, o PLC (Projeto de Lei da Câmara) 130/11 deve retornar à Câmara. O projeto de lei estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função. A matéria aguardava sanção presidencial, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), solicitou à Presidência da República a volta do projeto.
Simone Tebet (MDB-MS). Projeto prevê igualdade salarial entre homens e mulheres; volta à Câmara | Foto: Jefferson Rudy | Agência Senado
Pelo projeto aprovado pela Câmara, a empresa punida deverá compensar a funcionária alvo da discriminação com o pagamento de valor correspondente a 5 vezes a diferença verificada em todo o período da contratação (até o limite de 5 anos). No Senado, o texto foi alterado com a inclusão da palavra “até” antes do valor da multa, ou seja: a multa seria de até 5 vezes o valor da diferença, podendo ser menor.
Após a decisão da Câmara, o Senado enviou ofício ao ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, solicitando a volta dos autógrafos do projeto (documento oficial com o texto da norma aprovada pelo Senado). Os autógrafos já foram corrigidos com a inclusão da emenda e o texto deve seguir para a Câmara dos Deputados.
“Isso deixa, sim, a bancada feminina no Senado indignada. Sabemos que o texto tem o apoio da bancada feminina na Câmara dos Deputados. Só não sabemos se houve artimanha, se houve acordo, se isso foi combinado para que esse projeto permaneça dormitando nos escaninhos por mais uma década”, disse Tebet.
Pelas redes sociais, a senadora Leila Barros (PSB-DF) escreveu que considera precipitada a decisão de pedir a volta do projeto à Câmara dos Deputados. Para ela, argumento de alteração no mérito, usado para justificar a volta do texto, não soa verdadeiro porque o projeto já havia sido aprovado há quase 1 mês.
“Vamos trabalhar para tentar reverter a situação. Há mais de uma década essa matéria tramitava no Congresso Nacional. É uma lei muito aguardada por todas as mulheres, pois tenta corrigir a tremenda injustiça que é o fato de homens e mulheres desempenharem a mesma função e receberem remuneração diferente”, afirmou a senadora.
As declarações geraram reação da maior parte das senadoras, que se manifestaram nas redes sociais rebatendo o argumento e pedindo a sanção do texto. Para elas, o veto do presidente serviria para perpetuar desigualdades.
A líder da bancada feminina pediu solução para o problema, que poderia vir com a edição de uma medida provisória ou com a votação do projeto em regime de urgência pela Câmara.
“Queremos crer que o governo federal, em parceria com a Câmara dos Deputados, vai dar uma solução imediata para essa questão. O que nós não podemos é nos calar. O grito da bancada feminina será ouvido até o momento de esse projeto ser aprovado na Câmara dos Deputados e sancionado pelo presidente da República”, afirmou.
Nem uma coisa, nem outra irão ocorrer. Aprovado noutro contexto político, social e econômico, o retorno do projeto à Câmara dos Deputados sepulta qualquer possibilidade de, no atual contexto, solução legislativa para o problema.
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