Bolsonaro prorroga por dois meses redução de salário, suspensão de contrato e, para trabalhador intermitente, auxílio de R$ 600
AGENCIA ESTADO
PUBLICADO HOJE DIA 25/08/2020 NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO O DECRETO 10.470/2020 FORMALIZANDO A PRORROGAÇÃO POR MAIS DOIS MESES DOS CONTRATOS DE SUSPENSÃO E DE REDUÇÃO DE SALÁRIO E CARGA HORÁRIA E OUTRAS PROVIDENCIAS
Atualizada em 25/8, às 15h50min
Foi publicado nesta segunda-feira, 24, o decreto do presidente Jair
Bolsonaro que prorroga os prazos para o pagamento do Benefício
Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) e para a
celebração de acordos de redução proporcional de jornada e de salário e
de suspensão temporária do contrato de trabalho. Logo após o presidente
Jair Bolsonaro anunciar pelo Twitter a extensão do auxílio emergencial por mais dois meses, foi publicada uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com o texto.
"Acabei de assinar um decreto prorrogando por dois meses um grande
acordo onde o governo entra com parte do recurso de modo que venhamos a
preservar 10 milhões de empregos no Brasil", anunciou Bolsonaro em
gravação feita ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do
secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. "A saúde
não pode ficar dissociada do emprego", afirmou o presidente.
O decreto estabelece, ainda, que os empregados com contrato de
trabalho intermitente, formalizado até a data de publicação da Medida
Provisória nº 936, de 1º de abril de 2020, farão jus ao benefício
emergencial mensal no valor de R$ 600,00, pelo período adicional de dois
meses, contados da data de encerramento do período de quatro meses, no
qual o benefício já havia sido concedido.
O programa foi anunciado em abril como medida para evitar um aumento ainda maior do desemprego diante da pandemia do novo coronavírus, que provocou restrições no funcionamento ou mesmo o fechamento de parte do comércio e da indústria.
A medida provisória inicial, que foi sancionada no início de julho e
transformada em lei, previa a suspensão dos contratos de trabalho por
até dois meses e a redução da jornada e de salários em até 70% por até
três meses.
No dia 14 de julho, o governo publicou a primeira prorrogação do
programa, elevando para até 4 meses o período em que as empresas
poderiam reduzir jornada e salário dos funcionários, e também fazer a
suspensão dos contratos.
O decreto com a segunda prorrogação, publicado nesta segunda em
edição extra do DOU, permite que as empresas suspendam contratos ou
reduzam jornada de trabalho e salários por um período de até seis meses.
Durante a vigência dos acordos, a União entra com uma contrapartida
para ajudar a complementar a renda dos trabalhadores até o limite do
seguro-desemprego (R$ 1.813). O gasto estimado com o pagamento dos
benefícios é de R$ 51,6 bilhões. Até agora, no entanto, foram
desembolsados R$ 20,7 bilhões, o que permite ampliar o período em que as
medidas podem ser tomadas com compensação pelo governo federal.
Até agora, o programa registra 16 milhões de acordos celebrados
para suspensão de contratos ou a redução de salários e jornada de
trabalho, com impacto para 9,6 milhões de trabalhadores.
"Diante do cenário incertezas causadas pela doença, sobretudo pela
permanência de medidas restritivas de isolamento social verificadas em
vários municípios, faz-se necessária a prorrogação do prazo máximo de
vigência dos acordos, para permitir que as empresas que estão em
situação de vulnerabilidade possam continuar sobrevivendo a este período
de calamidade e, desta forma, preservar postos de trabalho e projetar
uma melhor recuperação econômica ao fim das medidas restritivas", afirma
a Secretaria Geral da Presidência da República, por meio de nota.
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