Contrato intermitente amplia precarização do vínculo, revela estudo do Dieese
A edição 14 (janeiro 2020) do boletim “Emprego em pauta”,
divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos), expõe como a criação do contrato de trabalho
intermitente contribuiu para ampliar a precarização e a informalidade no
combalido mercado de trabalho brasileiro. Na Agência Sindical
O contrato intermitente é um tipo de
vínculo formal em que o trabalhador fica à disposição da empresa,
aguardando, sem remuneração, ser chamado pelo empregador.
Esta nova modalidade de contratação é
mais uma mazela imposta pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17), que
começou a valer a partir de novembro de 2017.
O estudo tem como base as informações
da Rais/ME (Relação Anual de Informações Sociais do Ministério da
Economia), de 2018, que trazem os primeiros registros que permitem
dimensionar a renda e o trabalho efetivamente realizado por meio dos
contratos intermitentes, no primeiro ano de funcionamento destas
contratações.
De acordo com os dados, 11% dos
vínculos intermitentes não geraram atividade ou renda em 2018; 40% deles
não registraram nenhuma atividade no mês de dezembro daquele ano, sendo
que a remuneração dos que tiveram alguma atividade foi inferior a 1
salário mínimo em 43% dos contratos; ao final de 2018, a remuneração
mensal média dos vínculos intermitentes foi de R$ 763 — enquanto o valor
do piso nacional estava em R$ 954.
O Dieese registra que, ao contrário do
alardeado pelos defensores da “reforma” — que o trabalho intermitente
poderia gerar milhões de novas vagas, o número de contratos representou
0,13 % do estoque de empregos formais, em 2018, e 0,29%, em 2019.
“As informações relacionadas ao emprego de 2018 mostram que:
1) muitos dos contratos passaram boa parte do ano engavetados — quer dizer — geraram pouco ou nenhum trabalho e renda; e
2) a renda gerada por esses contratos foi muito baixa”, destaca o estudo.
Os dados apontam que o trabalho intermitente tem sido pouco utilizado pelos empregadores, representando menos de 0,3% do estoque de vínculos formais no mercado de trabalho — com o agravante de que 1 em cada 10 vínculos desse tipo não saiu do papel —, ou seja, o trabalhador não chegou a ser convocado para prestar algum serviço.
Os dados apontam que o trabalho intermitente tem sido pouco utilizado pelos empregadores, representando menos de 0,3% do estoque de vínculos formais no mercado de trabalho — com o agravante de que 1 em cada 10 vínculos desse tipo não saiu do papel —, ou seja, o trabalhador não chegou a ser convocado para prestar algum serviço.
“Ao contrário dos outros tipos de
vínculo, o intermitente é caracterizado pela instabilidade, já que não
garante nem trabalho nem renda para o trabalhador contratado”, conclui.
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