“Paulo Guedes não tem moral para falar do movimento sindical”, diz nota das centrais
As
centrais sindicais — CSB, CTB, CUT, CSP-Conlutas, Força Sindical, NCST e
UGT — emitiram nota conjunta contra a fala do ministro Paulo Guedes, da
Economia, que caluniou o movimento sindical, em evento ocorrido na
segunda-feira (11), em seminário “Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica” promovido pelo Superior Tribunal de Justiça.
Na nota, as centrais criticam o fato de
o ministro ter dito, em evento do STJ, que as organizações sindicais
foram “parcerias da ditadura militar brasileira”.
“O que ocorreu foi o inverso do que
sugerem as infâmias vomitadas pelo senhor Guedes. Na ditadura de 1964,
os sindicatos foram vítimas de intervenções, com seus dirigentes mais
combativos afastados compulsoriamente e colocados no limbo pelo regime”,
refutou com veemência, na nota, as centrais sindicais.
Leia abaixo a íntegra da notas das centrais sindicais:
Paulo Guedes não tem moral para falar do movimento sindical
O ministro da Economia, Paulo
Guedes, decidiu transformar o movimento sindical brasileiro em alvo de
suas infâmias, insultos e mentiras. Durante a abertura do seminário
“Declaração de Direitos de Liberdade Econômica” promovido pelo STJ,
segunda-feira (11), ele chegou ao ponto de afirmar que as organizações
sindicais foram parceiras da ditadura militar brasileira.
Além de ofender a memória de
trabalhadores perseguidos, presos, torturados e assassinados por aquele
regime, ele mostrou, com esta declaração, que não conhece a história do
Brasil. O que ocorreu foi o inverso do que sugerem as infâmias vomitadas
pelo senhor Guedes. Na ditadura de 1964, os sindicatos foram vítimas de
intervenções, com seus dirigentes mais combativos afastados
compulsoriamente e colocados no limbo pelo regime.
Basta consultar os arquivos
históricos, que ele parece desconhecer, para saber que o movimento
sindical lutou contra o arrocho salarial e o alto custo de vida e por
isso foi violentamente reprimido. Não foi à toa que a decadência daquele
famigerado regime se refletiu nas memoráveis greves iniciadas no ABC ao
final dos anos 1970 e início da década de 1980. Greves que, vale
ressaltar, começaram a partir da denúncia do falseamento de índices
econômicos, feito pela equipe econômica do ditador general Emílio
Garrastazu Médici.
Ao contrário do que afirmou Guedes,
o movimento sindical não apenas não se aliou ao regime como lutou
bravamente pela redemocratização e pela Constituinte.
O senhor Paulo Guedes, que se
comporta como um porta-voz do mercado financeiro, revela-se agora um
eloquente mentiroso. Ele que se diz liberal, serviu ao ditador
sanguinário Augusto Pinochet, no Chile, e agora serve a um governo de
extrema direita, intervencionista, retrógrado, que defende a tortura e
os torturadores.
Como funcionário de um governo que
está levando o país ao abismo, com a volta da recessão e altos índices
de desemprego, um governo que enlameou a imagem do Brasil no exterior e
atenta diuturnamente contra a soberania nacional, o meio ambiente e os
direitos sociais, Paulo Guedes não tem qualquer moral para falar mal do
movimento sindical brasileiro.
São Paulo, 13 de agosto de 2019.
Vagner Freitas
Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Vagner Freitas
Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Eduardo Torres
Presidente da Força Sindical
Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah
Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo
Presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
José Calixto Ramos
Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
Antônio Neto
Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Atnágoras Teixeira Lopes
Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
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