Centrais sindicais fazem manifestações contra a reforma da Previdência

Na tarde desta sexta-feira (22), centrais sindicais reuniram manifestantes em vários pontos do país no chamado Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, para protestar contra a reforma proposta pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Em São Paulo, o ato acontece na avenida Paulista, em São Paulo, e começou no fim da tarde desta sexta-feira (22).

Estão presentes: CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Nova Central, Intersindical e CSP Condutas.

Ainda não há estimativa do número de manifestantes.

Compareceram também sindicatos de categorias como de bancários, químicos, professores, metroviários, servidores municipais e federais, entre outros.

Do carro de som, lideranças afirmam que, se a reforma da Previdência for aprovada, "o Brasil vai parar".

"A proposta do [presidente Jair] Bolsonaro é muito pior que a do [ex-presidente Michel] Temer, vai destruir nosso sistema com a capitalização", afirmou à Folha João Cayres, secretário-geral da CUT-SP.

Neto, como é conhecido, da CSB, disse aos manifestantes que o sistema da capitalização "é jogar pra banco" a previdência social do trabalhador.

RIO DE JANEIRO

Algumas centenas de manifestantes se reuniram no fim da tarde desta sexta-feira (22) em frente à igreja da Candelária, no centro do Rio, para protestar contra a reforma da Previdência. Por volta das 18h, eles saíram em direção à região da Cinelândia, sob ameaça de chuva.

Bandeiras vermelhas de organizações sindicais como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sinpro (sindicato dos professores do Rio) são predominantes. Em um carro de som, movimentos citaram a prisão do ex-presidente Michel Temer nesta quinta (21) e criticaram Jair Bolsonaro e sua "família de milicianos".

Um dos gritos puxados foi "Ô Bolsonaro, pode esquecer, a juventude não trabalha até morrer", e faixas trazem mensagens como "Contra o fim da aposentadoria" e "Liberdade para Lula já".

Em um papel distribuído aos presentes, manifestantes defendem que o rombo nas contas públicas não está na aposentadoria, mas no sistema da dívida, e afirmam que o déficit da Previdência é uma "sombra como as da caverna do mito contado por Platão".

Eles defendem que as finanças da seguridade social poderiam melhorar com o combate à sonegação, a cobrança de ricos devedores, fim de "isenções e anistias injustificáveis", entre outras medidas que "beneficiam principalmente grandes bancos e investidores".

De manhã, cerca de 50 manifestantes também interditaram uma pista de uma estrada em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio. Eles também levavam uma faixa contra a reforma.

BELO HORIZONTE

O ato em Belo Horizonte foi marcado por gritos e cantos contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e contra a reforma da previdência.

Um dos cantos dizia: "trabalhador, vamos acordar, vamos para a luta para a reforma não passar". Outro: "chora, Bolsonaro/Bolsonaro, chora/pega essa reforma engaveta e vai embora".

O ato reuniu milhares de pessoas de sindicatos de servidores estaduais e municipais, centrais sindicais e movimentos sociais.

A caminhada saiu da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em um dos pontos, na região central da capital mineira, moradores de um prédio atingiram manifestantes com ovos.

A professora Simone Carvalho, 46, veio ao ato em protesto por acreditar que a reforma pode atingir a classe ao igualar idades entre homens e mulheres para a aposentadoria.

"A categoria, a maioria dela é de mulheres, quando iguala, penaliza as mulheres, porque rompe com a idade mínima a que tínhamos direto", diz ela.

Dando aulas desde os 20 anos, hoje ela trabalha 60 horas semanais, na rede municipal e na faculdade de pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais. Simone poderia se aposentar aos 50.

Segundo estimativas do sindicato, diz ela, há cerca de 10 mil professores afastados por laudo em todo o estado de Minas Gerais. A maioria com síndrome de burnout ou com lesões causadas pelo trabalho.

A Polícia Militar não passa estimativas de público.

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