A CRISE DA PREVIDÊNCIA TEM REMÉDIO?
Acima temos um resuminho da discussão teórica. Mas a porca torce o rabo mesmo é na prática - neste caso ao menos.
Suponhamos que o novo governo tome a decisão de migrar para o sistema de capitalização. O que acontece? Bom, no sistema de capitalização todo mundo começa a depositar na sua própria conta para o futuro. Ok, mas e o estoque de aposentados que hoje vive dos impostos pagos pelos jovens? De novo, os jovens passaram a depositar o que antes era imposto na sua conta de aposentadoria própria. De onde virá a grana para garantir as aposentadorias da geração de aposentados atual?
Podemos, claro, fazer o seguinte: os que hoje trabalham têm que continuar pagando os impostos que já pagam para sustentar os aposentados, e precisam cuidar de colocar na sua continha para o seu futuro como aposentado. Mas não parece muito justo com a atual geração de jovens, que paga o imposto para sustentar a Previdência hoje com base na "promessa implícita" de que alguém por eles o fará no futuro.
Melhor então o governo suavizar essa transição, certo? Certo! Os jovens de hoje pagam um pouquinho de imposto para Previdência atual e o resto dos recursos - o grosso -- o governo levanta vendendo títulos de dívida, a serem repagos lá na frente, por outras gerações. Ok, mas de quanto estamos falando, mais ou menos? Ah, nada para assustar, um pouco mais que 100% do PIB em dívida adicional. O quê? Mas ninguém vai querer comprar mais dívida de um país já altamente endividado ! Vocês estão loucos?
Justamente, a questão da transição é bem da complicada. Por isso faz mais sentido garantir a sustentabilidade do sistema atual. Apesar de parecer difícil - e politicamente é difícil --, isso só exige duas coisas: instituir uma idade mínima que varie automaticamente com mudança na expectativa de vida da população e acabar com os absurdos privilégios de algumas classes de funcionários públicos.
Pronto: ao fazer está equacionado o problema.
Comentários
Postar um comentário