Termo de Quitação Anual de Débitos Trabalhistas – Possibilidade ao Empregador
A Reforma Trabalhista trouxe uma novidade que pode mudar substancialmente o passivo trabalhista das empresas.
Trata-se de um instrumento legal
amplamente utilizado no meio comercial há um bom tempo, por meio da Lei
12.007/2009, a qual obriga as pessoas jurídicas prestadoras de serviços
públicos ou privados a emitir e a encaminhar ao consumidor, declaração
de quitação anual de débitos.
Este mesmo instrumento legal foi institucionalizado no âmbito trabalhista, por meio do art. 507-B da CLT, nos seguintes termos:
“Art. 507-B. É
facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato
de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas,
perante o sindicato dos empregados da categoria. “
Pode se extrair do citado artigo que as partes
(empregado e empregador) poderão, anualmente, por meio do citado termo,
dar quitação das obrigações trabalhistas de uma para com outra parte, com ciência e homologação por parte do sindicato da categoria.
Não obstante, o § único do citado artigo ainda
estabelece que as partes darão, uma vez firmado o respectivo termo, a
eficácia liberatória das parcelas, conforme abaixo:
Parágrafo único.
O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas
mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com
eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.
O termo “eficácia liberatória” traz o conceito de dar
quitação às obrigações que constam no termo firmado, nos moldes do que
já dispõe a Súmula 330 do TST, quando faz menção à eficácia liberatória
em relação às parcelas expressamente consignadas no TRCT, quando passada pelo empregado, com assistência de entidade sindical de sua categoria.
Portanto, a validade do termo pressupõe a assistência do sindicato da categoria profissional, desde que não haja ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas.
O empregador que dispor do termo de quitação anual de
débitos trabalhistas poderá se valer deste instrumento para se defender
em caso de eventual reclamatória trabalhista, quando nela haver pedidos
que já tenham sido objetos da quitação dada pelo empregado no Termo de
Quitação Anual.
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