Consumo ganha fôlego e anima retomada da economia
Números positivos de desempenho da economia estão deixando de ser exceções pontuais, o que indica que a recuperação tem ganhado fôlego e confirma o diagnóstico de que a recessão acabou.
Em julho, a atividade econômica medida pelo índice IBC-Br avançou 0,41% em relação a junho, segundo divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira (14). O resultado é livre dos chamados efeitos sazonais, que podem ser causados por eventos típicos de determinados períodos, como férias ou feriados.
O indicador ficou acima da média das projeções dos economistas (0,10%) e marcou a segunda alta seguida (o número de julho foi revisado para cima, de 0,5% para 0,55%).
O IBC-Br contabiliza cinco altas mensais –não consecutivas– nos sete primeiros meses de 2017, ante apenas três em todo o ano passado. Além disso, as expansões registradas pelo índice neste ano têm sido mais robustas.
Outros dados referentes à atividade econômica em julho e agosto apontam na mesma direção de retomada, impulsionada principalmente pelo consumo das famílias.
As vendas no varejo aumentaram 0,2%, na comparação com junho, descontada a sazonalidade.
Apesar de ser modesta, a expansão ocorreu após crescimento robusto de 2,3% em junho e superou as estimativas de economistas, que, em média, apontavam contração do indicador.
Nos sete primeiros meses de 2017, o varejo também teve cinco altas não consecutivas, ante quatro em todo o ano passado.
Embora o setor de serviços como um todo tenha recuado 0,8% em julho, na comparação com o mês imediatamente anterior, em seu recorte focado apenas nas famílias, houve alta de 1,5%.
A alta do consumo também continua sendo o principal motor do crescimento da produção industrial, que subiu 0,8% em julho, completando quatro expansões consecutivas, o que não ocorria desde 2012.
Embora todas as categorias industriais tenham avançado, a que mais subiu foi a de bens de consumo duráveis, com alta de 2,7%. Entre os setores, o principal impulso para a indústria veio de produtos alimentícios.
FÔLEGO NOVO
O consumo das famílias já tinha sido o motor do PIB (Produto Interno Bruto), que cresceu 0,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período entre janeiro e março, segundo dados divulgados há duas semanas pelo IBGE.
Mas parte significativa desse movimento havia ocorrido em consequência da liberação de R$ 44 bilhões das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pelo governo Michel Temer, que injetou recursos extras na economia.
O fato de que os gastos das famílias continuam aumentando depois de passados os principais efeitos desse empurrão indica, segundo economistas, que outros fatores que haviam contribuído mais timidamente para o consumo ganharam fôlego.
Segundo Fernando Montero, economista-chefe da corretora Tullet Prebon, a quedas nos preços dos alimentos, provocada pela safra agrícola recorde, e o recuo dos juros ajudam a impulsionar a demanda familiar:
"O primeiro libera renda de quem ganha pouco. O segundo libera renda de quem consome muito", afirma.
O início da queda do desemprego também contribui para a volta da confiança e, com isso, dos gastos, segundo especialistas.
Para que a retomada da economia, que ainda é tímida, acelere, é preciso que os investimentos retornem. Alguns economistas já veem sinais incipientes disso.
De acordo com Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, a chamada absorção de máquinas e equipamentos (que contabiliza o que foi produzido no país mais o saldo entre importações e exportações) já tem aumentado. O principal freio à melhora dos investimentos continua sendo a construção civil.
Com a continuação da queda dos juros, de acordo com analistas, os investimentos devem ganhar mais algum fôlego, mas a expectativa é que recuperação mais robusta só ocorra após as eleições presidenciais de 2018.
O indicador ficou acima da média das projeções dos economistas (0,10%) e marcou a segunda alta seguida (o número de julho foi revisado para cima, de 0,5% para 0,55%).
O IBC-Br contabiliza cinco altas mensais –não consecutivas– nos sete primeiros meses de 2017, ante apenas três em todo o ano passado. Além disso, as expansões registradas pelo índice neste ano têm sido mais robustas.
Outros dados referentes à atividade econômica em julho e agosto apontam na mesma direção de retomada, impulsionada principalmente pelo consumo das famílias.
As vendas no varejo aumentaram 0,2%, na comparação com junho, descontada a sazonalidade.
Apesar de ser modesta, a expansão ocorreu após crescimento robusto de 2,3% em junho e superou as estimativas de economistas, que, em média, apontavam contração do indicador.
Nos sete primeiros meses de 2017, o varejo também teve cinco altas não consecutivas, ante quatro em todo o ano passado.
Embora o setor de serviços como um todo tenha recuado 0,8% em julho, na comparação com o mês imediatamente anterior, em seu recorte focado apenas nas famílias, houve alta de 1,5%.
A alta do consumo também continua sendo o principal motor do crescimento da produção industrial, que subiu 0,8% em julho, completando quatro expansões consecutivas, o que não ocorria desde 2012.
Embora todas as categorias industriais tenham avançado, a que mais subiu foi a de bens de consumo duráveis, com alta de 2,7%. Entre os setores, o principal impulso para a indústria veio de produtos alimentícios.
FÔLEGO NOVO
O consumo das famílias já tinha sido o motor do PIB (Produto Interno Bruto), que cresceu 0,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período entre janeiro e março, segundo dados divulgados há duas semanas pelo IBGE.
Mas parte significativa desse movimento havia ocorrido em consequência da liberação de R$ 44 bilhões das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pelo governo Michel Temer, que injetou recursos extras na economia.
O fato de que os gastos das famílias continuam aumentando depois de passados os principais efeitos desse empurrão indica, segundo economistas, que outros fatores que haviam contribuído mais timidamente para o consumo ganharam fôlego.
Segundo Fernando Montero, economista-chefe da corretora Tullet Prebon, a quedas nos preços dos alimentos, provocada pela safra agrícola recorde, e o recuo dos juros ajudam a impulsionar a demanda familiar:
"O primeiro libera renda de quem ganha pouco. O segundo libera renda de quem consome muito", afirma.
O início da queda do desemprego também contribui para a volta da confiança e, com isso, dos gastos, segundo especialistas.
Para que a retomada da economia, que ainda é tímida, acelere, é preciso que os investimentos retornem. Alguns economistas já veem sinais incipientes disso.
De acordo com Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, a chamada absorção de máquinas e equipamentos (que contabiliza o que foi produzido no país mais o saldo entre importações e exportações) já tem aumentado. O principal freio à melhora dos investimentos continua sendo a construção civil.
Com a continuação da queda dos juros, de acordo com analistas, os investimentos devem ganhar mais algum fôlego, mas a expectativa é que recuperação mais robusta só ocorra após as eleições presidenciais de 2018.
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