Do total sacado do FGTS, 36% foram para quitar dívidas
Mais de um terço dos recursos sacados das contas inativas do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi destinado a pagar dívidas. Um
estudo do Ministério do Planejamento obtido com exclusividade pelo GLOBO
mostra que 36% do montante sacado foram utilizados pelos brasileiros
para quitar débitos atrasados. O secretário de Planejamento e Assuntos
Econômicos, Marcos Ferrari, afirma que o governo foi positivamente
surpreendido com os números e mantém a previsão de que esses recursos
tenham um impacto de 0,68 ponto percentual no Produto Interno Bruto
(PIB) deste ano.
Até o dia 12 de julho, foram sacados R$ 41,8 bilhões de contas inativas, segundo o Planejamento. O número representa quase 96% do total, de R$ 43,6 bilhões. Ferrari explica que essa previsão já é bem superior ao que o governo esperava inicialmente. Quando essa possibilidade foi lançada, em março, a expectativa era de que apenas 70% do montante fosse retirado.
Os brasileiros só podem fazer o saque das contas inativas até o fim deste mês. Se perder o prazo, a retirada só pode ser feita nos casos previstos em lei, como compra de imóvel e demissão.
O levantamento compila uma série de dados para ilustrar a redução do endividamento. O uso do cartão de crédito, por exemplo, caiu de 15,7% em março para 5,7% em abril. O uso de cheque especial teve uma redução de 4,5% em abril. O impacto nos indicadores de inadimplência, contudo, ainda são marginais: houve uma queda de 6% em fevereiro para 5,9% do total de créditos com recursos livres em maio. Ferrari afirma que essa redução deve se intensificar nos próximos meses:
— Ter uma inadimplência menor é um movimento que vai se dar ao longo do tempo. Começou agora e a tendência é que continue. Os recursos do saque abrem espaço no fluxo de caixa para que as famílias possam pagar suas contas — explicou o secretário.
PROCURA POR CARROS
Ele lembra que a redução de dívidas era o objetivo inicial dos saques, mas estima que outro terço dos recursos foi para o consumo. Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) ilustrados no texto mostram que, só nos dois primeiros meses de saque (março e abril), as vendas do comércio varejista tiveram impacto positivo de R$ 7,2 bilhões, o equivalente a 43% do montante sacado até aquela época.
“No período de liberação dos saques do FGTS, nota-se aumento das vendas de varejo, em especial de supermercados, celulares e automóveis. Nota-se também redução do uso de cheque especial e cartão de crédito e aumento do financiamento de veículos”, diz o estudo.
No comércio varejista houve crescimento nas vendas de 2,4% em maio, frente o mesmo mês do ano passado. Só as vendas de celulares cresceram cerca de 20% em março e maio. Já as vendas de veículos subiram 7% em abril, 11,5% em maio e 18,9% em junho, em relação ao mesmo mês de 2016. "Uma inferência possível é a de que os recursos do FGTS tenham contribuído para o pagamento da entrada do financiamento dos veículos, combinado com a redução de juros dessa linha de crédito no período", diz o texto.
Para o Planejamento, o saque das contas inativas foram responsáveis por um “alento à confiança de consumidores e do comércio em geral”. O indicador de confiança do comércio da Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, cresceu cerca de 20% nos meses de março, abril e maio de 2017.
Outra parcela foi destinada à poupança. Dados do Banco Central mostram que houve uma reversão do saldo da poupança: foi de uma captação líquida negativa de R$ 5 bilhões em março para captação positiva de R$ 6,1 bilhões em junho, “em movimento similar ao volume dos saques das contas do FGTS”.
Até o dia 12 de julho, foram sacados R$ 41,8 bilhões de contas inativas, segundo o Planejamento. O número representa quase 96% do total, de R$ 43,6 bilhões. Ferrari explica que essa previsão já é bem superior ao que o governo esperava inicialmente. Quando essa possibilidade foi lançada, em março, a expectativa era de que apenas 70% do montante fosse retirado.
Os brasileiros só podem fazer o saque das contas inativas até o fim deste mês. Se perder o prazo, a retirada só pode ser feita nos casos previstos em lei, como compra de imóvel e demissão.
O levantamento compila uma série de dados para ilustrar a redução do endividamento. O uso do cartão de crédito, por exemplo, caiu de 15,7% em março para 5,7% em abril. O uso de cheque especial teve uma redução de 4,5% em abril. O impacto nos indicadores de inadimplência, contudo, ainda são marginais: houve uma queda de 6% em fevereiro para 5,9% do total de créditos com recursos livres em maio. Ferrari afirma que essa redução deve se intensificar nos próximos meses:
— Ter uma inadimplência menor é um movimento que vai se dar ao longo do tempo. Começou agora e a tendência é que continue. Os recursos do saque abrem espaço no fluxo de caixa para que as famílias possam pagar suas contas — explicou o secretário.
PROCURA POR CARROS
Ele lembra que a redução de dívidas era o objetivo inicial dos saques, mas estima que outro terço dos recursos foi para o consumo. Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) ilustrados no texto mostram que, só nos dois primeiros meses de saque (março e abril), as vendas do comércio varejista tiveram impacto positivo de R$ 7,2 bilhões, o equivalente a 43% do montante sacado até aquela época.
“No período de liberação dos saques do FGTS, nota-se aumento das vendas de varejo, em especial de supermercados, celulares e automóveis. Nota-se também redução do uso de cheque especial e cartão de crédito e aumento do financiamento de veículos”, diz o estudo.
No comércio varejista houve crescimento nas vendas de 2,4% em maio, frente o mesmo mês do ano passado. Só as vendas de celulares cresceram cerca de 20% em março e maio. Já as vendas de veículos subiram 7% em abril, 11,5% em maio e 18,9% em junho, em relação ao mesmo mês de 2016. "Uma inferência possível é a de que os recursos do FGTS tenham contribuído para o pagamento da entrada do financiamento dos veículos, combinado com a redução de juros dessa linha de crédito no período", diz o texto.
Para o Planejamento, o saque das contas inativas foram responsáveis por um “alento à confiança de consumidores e do comércio em geral”. O indicador de confiança do comércio da Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, cresceu cerca de 20% nos meses de março, abril e maio de 2017.
Outra parcela foi destinada à poupança. Dados do Banco Central mostram que houve uma reversão do saldo da poupança: foi de uma captação líquida negativa de R$ 5 bilhões em março para captação positiva de R$ 6,1 bilhões em junho, “em movimento similar ao volume dos saques das contas do FGTS”.
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