NOTA OFICIAL
Diante
do aprofundamento da crise política após as graves revelações contidas
nas delações envolvendo o presidente Temer e outros políticos de
expressão nacional, as Centrais Sindicais alinham-se à cidadania
democrática para exigir a apuração rigorosa de todas as denúncias de
corrupção e desmandos que vêm paralisando o País, criando insegurança e
impactando negativamente a economia nacional, que se manifesta na forma
da recessão e no crescente e alarmante índice de desemprego que assola
milhões de famílias de trabalhadores.
Os trabalhadores exigem o
estrito cumprimento do rito constitucional e a revalorização do estado
de direito como a via para a devida apuração destas e das demais
denúncias e acusações que, cada dia mais, pesam sobre o mundo da
política e da administração pública. Desta forma, recusamos e
combateremos qualquer iniciativa de promover medidas que afrontem nossa
Constituição democrática e cidadã como alternativa à grave crise
política à qual o País vem sendo submetido.
O permanente
esgarçamento das instituições republicanas, ocasionado pelas denúncias e
acusações de corrupção, nos leva a considerar que falta legitimidade
política e social ao governo para, num momento de grave crise
institucional, política, econômica e social como a que estamos
vivenciando, querer jogar sobre as costas dos trabalhadores e da parcela
mais humilde da sociedade o custo do ajuste econômico representado
pelas propostas de reformas trabalhista e previdenciária que tramitam no
Congresso Nacional, às quais exigimos que sejam imediatamente retiradas
da pauta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. É importante que
este debate sobre as propostas de reformas aconteça de forma ampla,
envolvendo as representações dos trabalhadores e a sociedade civil.
Qualquer
solução democrática para a crise política e econômica nesta conjuntura
passa pela construção de um amplo e democrático acordo nacional visando à
defesa de nossa democracia e à construção de um novo projeto de
desenvolvimento nacional, tarefa que deve mobilizar a sociedade civil e
suas mais importantes representações, os partidos políticos, as centrais
sindicais e as demais organizações dos trabalhadores e representações
patronais. Passa, ainda, pela reconstrução da legitimidade das
instituições políticas da República, o que, no caso do Governo Federal e
do Congresso Nacional, passa por realizar, no mais curto espaço de
tempo exigido pela Constituição, eleições gerais e democráticas.
No
dia 24 próximo as Centrais Sindicais estarão em Brasília, com a Marcha
Nacional dos Trabalhadores, reafirmando todo o nosso repúdio às
propostas de reformas trabalhista e previdenciária e, ao mesmo tempo,
buscando soluções democráticas para o atual momento político pelo qual o
País atravessa.
Antonio Neto
Presidente da CSB - Central dos Sindicatos Brasileiros
Adílson Araújo
Presidente da CTB - Central dos Trabalhadores Brasileiros
Paulo Pereira da Silva - Paulinho da Força
Presidente da Força Sindical
José Calixto
Presidente da NCST - Nova Central Sindical dos Trabalhadores
Ricardo Patah
UGT - União Geral de Trabalhadores
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