Deputados apontam injustiças no texto da Previdência; acompanhe a votação
Após quatro dias de debates, a
comissão especial que analisa a reforma da Previdência na Câmara dos
Deputados está reunida em sessão deliberativa desde às 11h e começou
agora a votação do relatório final da reforma da Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 287/2016. O relator do texto é o deputado Arthur
Oliveira Maia (PPS-BA).
Parlamentares da oposição e alguns da base do governo fizeram
críticas ao texto final da PEC, pontuando os artigos mais polêmicos, em
que as mudanças prejudicam as populações socialmente mais vulneráveis.
Para a vice-líder do PT deputada
Maria do Rosário (RS), a reforma é antissocial. "É uma alteração
constitucional que atinge os pobres, as mulheres, as pessoas com
deficiência e, sobretudo, os idosos. Nós teremos uma legião de idosos
empobrecidos", criticou.
O líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), foi um dos
oposicionistas que usaram as últimas delações premiadas no âmbito da
Operação Lava Jato para questionar o que chamou de "pressa" do governo
Temer em aprovar a reforma da Previdência. "O governo tem pressa porque,
no fim da última semana, seu núcleo central foi atingido por denúncias
de corrupção pesadas, a começar pelo senhor Michel Temer. E é exatamente
para desviar o foco dessas denúncias que o governo tem pressa, para que
o assunto seja outro", afirmou.
O deputado Marcos Rogério (DEM-RO), da base do governo, levantou
questões constitucionais na proposta enviada pelo governo, sobretudo com
riscos de ferir direitos dos trabalhadores. "Não é preciso fazer um
estudo mais preciso do tema para conhecer algumas distorções. Algumas
são do crivo da CCJ porque ferem o artigo 60, parágrafo 4º da
Constituição Federal, e que mexem com a expectativa de direito de tanta
gente".
Servidores têm reivindicação atendida
O relatório final de Maia atende à reivindicação dos policiais
legislativos, agentes penitenciários e agentes socioeducativos e os
inclui na mesma idade mínima de aposentadoria dos policiais: 55 anos.
O relator também reduziu a exigência de tempo de atividade policial
para que as mulheres consigam esta aposentadoria, de 20 para 15 anos. Os
homens terão exigência de 20 anos, mas estes tempos vão subir
gradualmente para 20 e 25 anos.
Na concessão da pensão por morte, foi especificado que o segurado que
já tenha reunido condições de se aposentar e venha a falecer, deixará
uma pensão baseada no valor de sua aposentadoria – caso a tivesse
requerido – ou no valor da aposentadoria por incapacidade, a que for
maior.
Outra alteração prevê que estados e municípios possam instituir
fundos de previdência complementares, abertos ou fechados, mas por
licitação.
A expectativa do governo é que o plenário da Câmara dos Deputados vote as mudanças das normas previdenciárias ainda este mês.
Fonte:
Portal CTB
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03/05/2017
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