FGTS: bancos abrem crédito que antecipa saldo de contas inativas; veja os cuidados
Agencia Globo
RIO - Os grandes bancos estão preparando linhas de crédito para
atrair clientes que terão direito a sacar recursos de contas inativas do
FGTS, que vai liberar cerca de R$ 30 bilhões na economia a partir de
março. O Santander foi o primeiro a anunciar uma linha de antecipação de
crédito a quem tem direito ao resgate dessas contas, mas os
concorrentes já armam estratégias parecidas.
No Santander, o
cliente pagará juros que vão variar de 2,59% a 4,59% ao mês. O Bradesco
também vai lançar na próxima semana uma linha de crédito exclusiva para a
antecipação dos recursos das contas inativas do FGTS, mas as condições
ainda não foram divulgadas. O Banco do Brasil também esuda a
possibilidade de oferecer a antecipação para os clientes.
Ricardo
Figueiredo, consultor de educação financeira da Funcesp, considera que
fazer um empréstimo para antecipar os recursos das contas inativas do
FGTS só é válido caso o dinheiro seja usado para o pagamento de dívidas.
Ainda assim, o juro dessa dívida deve ser superior à taxa da linha de
antecipação oferecida pelo banco.
— Só é vantagem fazer um crédito
de antecipação da conta inativa do fundo se o destino do dinheiro for o
pagamento de uma dívida com juro maior, como o do cheque especial —
disse.
Quem não tem dívida, sugere, deve aguardar a data do saque e
só então escolher uma aplicação. Tomar empréstimo para investir antes
da liberação do dinheiro do FGTS não é recomendado, já que nenhuma
aplicação considerada segura terá rendimento acima dos juros cobrados
pelos bancos. E se o objetivo é utilizar os recursos para consumir, o
ideal também é esperar até a data do saque, que se estende até julho.
—
Há um desejo de antecipar o consumo. Ainda que seja tentadora a
expectativa de conseguir um bom desconto para o pagamento de um bem à
vista, o poder de negociação do consumidor está grande e não vai se
dissipar no curto prazo. Ele ainda vai existir até julho, data da última
liberação desses recursos — avaliou.
Myrian Lund, professora de
finanças da FGV Rio, acredita que essa antecipação oferecida pelos
bancos é uma armadilha para o consumidor:
— Minha recomendação é
não contratar de forma alguma, porque os juros são altíssimos. É uma
furada, então o melhor é esperar um pouquinho e só pagar as dívidas
quando o saque for liberado.
Por outro lado, a planejadora financeira recomenda que os consumidores já comecem a negociar suas dívidas:
—
A pessoa já pode fazer um levantamento das dívidas e preparar uma
proposta para a instituição financeira, mas só pagar quando o dinheiro
for liberado.
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