Mesmo com recessão de 3,8%, demissões caíram em 2015
O ano de
2015, marcado pela maior recessão desde 1990, de 3,8%, foi o ano que teve a
menor parcela de demissões desde 2004, num movimento a princípio surpreendente.
O economista da PUC Gustavo Gonzaga, a partir de dados da Relação Anual de
Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, mostra o paradoxo desse
comportamento no mercado de trabalho. O saldo só ficou negativo em 1,5 milhão
de vagas porque as admissões caíram muito. Em 2015, foram menos 542 mil
demissões. Em relação ao estoque de trabalhadores com carteira assinada, as
dispensas sem justa causa representaram 30,4% desse montante em 2015, menor que
os 32,2% em 2014, cenário que deve se repetir em 2016, mais um ano de crise.
Gonzaga diz
que esses números indicam a quantidade de falsos acordos de demissão no mercado
de trabalho. Quando a economia está aquecida e há possibilidade de se encontrar
um novo emprego com mais facilidade, os trabalhadores acabam entrando em acordo
com os patrões para conseguir tirar o FGTS, única maneira de ter acesso ao
fundo, sem estar doente, se aposentar ou comprar casa própria.
Fonte: O Globo.
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