NOTA DE REPÚDIO
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no
Comércio (CNTC), entidade
representativa de cerca de 12 milhões de trabalhadores no comércio e de
serviços,
repudia a atitude do governo federal em não negociar com o sistema
confederativo formado pelos sindicatos, federações e confederações, legítimas
representantes dos trabalhadores, preferindo negociar com as centrais que não
tem poder de negociar em nome dos trabalhadores.
Senhor
presidente da República, não lhe cabe desconhecer que o Brasil adotou o sistema
confederativo sindical, organizado de forma vertical, tendo como órgão de base
os sindicatos, num segundo plano, as federações e, em terceiro plano, as
confederações. As Centrais Sindicais não integram o sistema confederativo
sindical brasileiro, elas são entidades de representação geral dos
trabalhadores, de âmbito nacional, que não dispõem de poderes inerentes às
entidades sindicais, principalmente a representação.
O
governo atual, presidido pelo Presidente Michel Temer, anunciou hoje que o “que
trabalhador ganhou um Presente de Natal”, apresentando a reforma
trabalhista que será enviada ao Congresso em forma de projeto de lei em regime
de urgência.
Pelo divulgado pretende-se aumentar a jornada
de trabalho, fixando a prevalência do negociado sobre o legislado,
transformando o contrato de trabalho temporário em permanente ao ampliar o
prazo do contrato de 90 para 120 dias prorrogável por igual prazo, entre outras
medidas todas com a intenção capitalista de que diminuir as condições de
trabalho e suprimir direitos mínimos previstos na CLT alcançará a solução para
a geração de empregos e para o desenvolvimento economia.
Nós,
do sistema confederativo da CNTC e representando os trabalhadores no comércio e
serviços, não reconhecemos as centrais sindicais com legitimidade para
representar dos trabalhadores comerciários e nem serem nossas interlocutoras
junto ao Governo Federal.
A CNTC entende que a proposta de reforma
trabalhista divulgada agrava um quadro já preocupante, em meio à crise
financeira e econômica do país, e que já tem comprometido o emprego e a renda
da classe trabalhadora.
Entendemos que os trabalhadores não podem ser
penalizados por uma medida que mostra a má fé diante da crise ao estabelecer
soluções ineficazes.
Lamentamos ainda o apoiamento das centrais
sindicais a reforma trabalhista, que mesmo sem serem representantes dos
trabalhadores, deveriam representar os reais interesses da classe trabalhadora
e não incentivar a precarização dos direitos trabalhistas.
Ao presidente da República, que jurou cumprir
a Carta Federal, traiu seu compromisso ao desrespeitar o sistema confederativo.
Exigimos de Vossa Excelência respeito!
Brasília-DF, 22 de
dezembro de 2016
Levi Fernandes Pinto
Lourival Figueiredo Melo
Presidente
Diretor
Secretário Geral
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