Terceirização deve entrar na pauta do STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) será obrigado a se posicionar
sobre a terceirização irrestrita se o Senado regulamentar esse tipo de
contrato só para algumas atividades. O ministro Luiz Fux, relator de
ação que questiona a constitucionalidade da terceirização em todos os
setores, recomenda que a matéria seja incluída na pauta do plenário do
STF. A decisão dá mais urgência à votação no Senado do texto já aprovado
na Câmara. Se os parlamentares aprovarem a regulamentação para todas as
atividades, a ação do STF perde seu objeto.
O tema é uma das principais pautas econômicas em trâmite no STF pois
afeta direitos de 13 milhões de terceirizados. O governo decidiu
patrocinar o projeto, que tem apoio de associações patronais, mas é
rejeitado pelas centrais sindicais. A equipe do presidente Michel Temer
quer a regulamentação até o fim do ano, junto com o andamento da reforma
da Previdência.
O senador Paulo Paim (PT-RS) vai apresentar novo texto para colocar
“limites” na terceirização. Ele defende que seja permitida só nas
chamadas atividades-meio (que não é inerente ao objetivo principal da
empresa), mesma posição de uma jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, que impede a terceirização de atividades-fim (principal área
de atuação da empresa). Para o empresariado, porém, esse é um conceito
vago.
“Não há parâmetro técnico ou legal para dizer que terceirizar
atividade-fim significa a precarização do trabalho”, diz Flávio Unes, do
escritório Silveira e Unes. A terceirização chegou a colocar em lados
opostos as centrais CUT e Força – que defendia o projeto, mas agora
também quer a medida só na atividade-meio.
Fonte: Estadão
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