Sindical: mudança na política exige atuação mais apurada
Toninho do Diap avalia ações junto ao Congresso e ao governo para a Agência Sindical
Cada tempo com sua tática, suas formas de atuação, articulação e luta. A efetivação do governo Temer, apoiado por um Congresso conservador e a direita nacional, requer da nossa parte uma ação ainda mais ativa, regular e qualificada.
A análise é do diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) Antônio Augusto de Queiroz (Toninho). Ele falou, com exclusividade, à Agência Sindical. Leia os principais tópicos da entrevista.
Ditadura - De 1964 a 1985, combatemos a ditadura e ganhamos a opinião pública, na medida em que o regime ia se desgastando.
Redemocratização - Vivemos um segundo momento, entre 1985 e 1989, de forte ofensiva do nosso campo, pois a ditadura chegava ao fim, tínhamos conseguido a Anistia e a própria Assembleia Constituinte.
Globalização - Houve um terceiro ciclo, sob avanço da globalização. Não bastava apenas reivindicar. Havia necessidade de ser proativo e propositivo. Esse ciclo vai até 2002, fim do governo FHC.
Lula - Eleição de Lula muda o quadro. Vivemos 13 anos de ganhos e avanços, com um governo ligado ao campo popular. Esse ciclo chega ao fim com o impedimento de Dilma e a efetivação de Temer.
Desafios - Temos de ser mais precisos, unidos, articulados e qualificados. Nos 13 anos de vento a favor, não se deu o devido cuidado à qualificação dos dirigentes e das assessorias sindicais.
O quadro, agora, é totalmente adverso, devido à recessão, desemprego e retomada, pelo governo, do Consenso de Washington, que é a matriz do neoliberalismo.
Há um projeto de desmonte, num momento de muita reação emocional no nosso campo. Precisamos, porém, restabelecer a racionalidade de análise e ação.
Com relação ao Congresso Nacional fica difícil chamar de golpista e ir lá negociar. Não há, também, espaço de manobra entre blocos ideológicos. O atual governo não tem fratura ideológica.
Hoje, o que chamamos de oposição, teria, no máximo, 160 votos numa Câmara com 513 deputados. Temos de nos qualificar, conversar, mobilizar e articular muito pra tentar evitar o desmonte da Constituição de 1988, que materializou um acúmulo de ganhos políticos, econômicos e sociais. Mas o Estado desenhado pela Constituição está sob ataque.
O sindicalismo brasileiro tem um grande número de acúmulos e garantias – como recursos, garantia de representação de toda categoria, a substituição processual na justiça e a força legal de acordos e Convenções Coletivas. Isso está ameaçado, e isso não é pouco.
Esse novo quadro requer análise cuidadosa, articulação bem feita – entre nós, junto ao Congresso e ao governo -, interlocutores qualificados, com clareza, firmeza e representatividade.
Mais informações: www.agenciasindical.com.br
Cada tempo com sua tática, suas formas de atuação, articulação e luta. A efetivação do governo Temer, apoiado por um Congresso conservador e a direita nacional, requer da nossa parte uma ação ainda mais ativa, regular e qualificada.
A análise é do diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) Antônio Augusto de Queiroz (Toninho). Ele falou, com exclusividade, à Agência Sindical. Leia os principais tópicos da entrevista.
Ditadura - De 1964 a 1985, combatemos a ditadura e ganhamos a opinião pública, na medida em que o regime ia se desgastando.
Redemocratização - Vivemos um segundo momento, entre 1985 e 1989, de forte ofensiva do nosso campo, pois a ditadura chegava ao fim, tínhamos conseguido a Anistia e a própria Assembleia Constituinte.
Globalização - Houve um terceiro ciclo, sob avanço da globalização. Não bastava apenas reivindicar. Havia necessidade de ser proativo e propositivo. Esse ciclo vai até 2002, fim do governo FHC.
Lula - Eleição de Lula muda o quadro. Vivemos 13 anos de ganhos e avanços, com um governo ligado ao campo popular. Esse ciclo chega ao fim com o impedimento de Dilma e a efetivação de Temer.
Desafios - Temos de ser mais precisos, unidos, articulados e qualificados. Nos 13 anos de vento a favor, não se deu o devido cuidado à qualificação dos dirigentes e das assessorias sindicais.
O quadro, agora, é totalmente adverso, devido à recessão, desemprego e retomada, pelo governo, do Consenso de Washington, que é a matriz do neoliberalismo.
Há um projeto de desmonte, num momento de muita reação emocional no nosso campo. Precisamos, porém, restabelecer a racionalidade de análise e ação.
Com relação ao Congresso Nacional fica difícil chamar de golpista e ir lá negociar. Não há, também, espaço de manobra entre blocos ideológicos. O atual governo não tem fratura ideológica.
Hoje, o que chamamos de oposição, teria, no máximo, 160 votos numa Câmara com 513 deputados. Temos de nos qualificar, conversar, mobilizar e articular muito pra tentar evitar o desmonte da Constituição de 1988, que materializou um acúmulo de ganhos políticos, econômicos e sociais. Mas o Estado desenhado pela Constituição está sob ataque.
O sindicalismo brasileiro tem um grande número de acúmulos e garantias – como recursos, garantia de representação de toda categoria, a substituição processual na justiça e a força legal de acordos e Convenções Coletivas. Isso está ameaçado, e isso não é pouco.
Esse novo quadro requer análise cuidadosa, articulação bem feita – entre nós, junto ao Congresso e ao governo -, interlocutores qualificados, com clareza, firmeza e representatividade.
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