Pessoas com mais de 40 'têm melhor desempenho se trabalharem 3 dias por semana'
Pessoas com mais de 40 anos têm melhor desempenho profissional se
trabalharem apenas três dias por semana, de acordo com uma pesquisa
divulgada nesta terça-feira (19) na Austrália.
Longas jornadas de trabalho podem causar problemas para a saúde (Foto: AP)
Economistas da Universidade de Melbourne analisaram os hábitos laborais
de 3 mil homens e 3,5 mil mulheres com mais de 40 anos, comparando-os
com resultados de testes de capacidade cerebral.
Os acadêmicos concluíram que o trabalho em tempo parcial mantém o
cérebro estimulado e evita exaustão e estresse. E pedem que isso seja
levado em consideração pelos diversos países em que a idade mínima de
aposentadoria tem sido elevada.
Capacidade cognitiva
O estudo usou dados de um censo australiano conduzido pelo Instituo de Economia Aplicada e Pesquisas Sociais, também ligado à Universidade de Melbourne.
O estudo usou dados de um censo australiano conduzido pelo Instituo de Economia Aplicada e Pesquisas Sociais, também ligado à Universidade de Melbourne.
Trabalho em tempo parcial mantém o cérebro estimulado e evita exaustão e estresse
Participantes fizeram testes em que liam palavras em voz alta,
recitavam listas de números de trás para a frente e precisavam ligar
letras a números com limite de tempo.
Em termos gerais, participantes que trabalhavam por cerca de 25 a 30 horas por semana tenderam a obter os melhores resultados.
"O trabalho pode ser uma faca de dois gumes. Estimula a atividade
cerebral, mas, em longas horas e em uma série de funções pode causar
fadiga e estresse, o que pode potencialmente danificar as funções
cognitivas", escreveram os pesquisadores.
Colin McKenzie, um dos economistas envolvidos, disse que trabalhar
longas horas era mais prejudicial ao cérebro do que ficar sem trabalhar -
pessoas trabalhando cerca de 60 horas por semana apresentaram atividade
cognitiva menor do que pessoas desempregadas. No entanto, trabalhar
menos de 25 horas também causou redução de habilidade cognitiva.
Não houve grandes diferenças entre homens e mulheres em termos de
número ideal de horas de trabalho. McKenzie pediu mais estudos para
avaliar impactos da jornada de trabalho na saúde das pessoas.
Para os pesquisadores, a carga horária laboral ideal pode variar em diferentes países.
"A Austrália, por exemplo, tem quatro semanas de férias anuais, algo maior que o Japão (que tem 10)".
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