Mudanças: Benefícios de Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez
por Alexandre Triches
Merece especial atenção por parte de
todos os aposentados por invalidez e beneficiários do auxílio-doença da
Previdência Social a publicação da Medida Provisória n° 739, no dia 07 de julho de 2016.
O texto altera profundamente as regras relativas à manutenção e cessação dos benefícios por incapacidade.
A partir de agora, o segurado aposentado
por invalidez poderá ser convocado pelo INSS a qualquer momento para
reavaliação das condições que ensejaram a concessão do seu benefício,
tenha sido ele deferido pelo INSS ou por meio de decisão judicial.
A única hipótese de exceção a essa nova
regra é aquela dos aposentados com mais de 60 anos de idade. Neste caso,
estarão isentos da reavaliação, conforme determina a Lei de Benefícios.
As novas regras recomendam ainda que o
perito, sempre que possível, defina no exame pericial a data estimada
para a recuperação do segurado.
Nestes casos, o benefício deverá ser
concedido até a data estimada no exame. Todavia, na ausência de fixação
deste prazo, o benefício será sempre cessado após o transcurso do prazo
de 120 dias, contado da data de concessão, cabendo ao beneficiário até
15 dias antes deste prazo requerer o pedido de prorrogação.
A nova regra prevê, ainda, que o segurado
em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua
atividade habitual, deverá submeter-se ao processo de reabilitação
profissional.
Através desse processo, o INSS deverá
adotar medidas de formação profissional para o seu retorno ao trabalho
em uma nova função compatível com sua limitação.
Contudo, não pode cessar o benefício até
que seja concluído o procedimento e, quando considerado não recuperável,
deverá sempre ser sugerida a aposentadoria por invalidez.
No mais, se recomenda aos segurados que
estejam recebendo benefício por incapacidade, a manutenção do tratamento
e a guarda de todos os documentos médicos porventura fornecidos nos
postos, hospitais e consultas, em especial para fins de apresentação ao
perito médico, em caso de revisão pericial.
Se estiverem aptos ao retorno para o
trabalho, devem comunicar imediatamente a Previdência Social, logo, o
benefício não será mais devido e deverá ser imediatamente cessado.
Os peritos médicos estarão sendo
gratificados pelo desempenho de Atividade de Perícia Médica, de modo
que, muito provavelmente, as avaliações ocorram sob a forma de mutirão.
Por isso é fundamental manter seu
endereço atualizado junto ao INSS para que não haja problemas com as
notificações e sempre buscar um profissional habilitado caso surjam
dificuldades ou a sensação de desproporcionalidade das medidas adotadas
pelo INSS.
Alexandre Triches, advogadoEspecialista em Direito Previdenciário
alexandre@schumachertriches.com.br
http://www.alexandretriches.com.br/
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