Centrais sindicais farão frente a eventual governo Temer no 1º de maio
Centrais sindicais e movimentos
sociais vão aproveitar o 1º de maio, dia em que se comemora o dia do
trabalho, para fazer frente a um eventual governo Temer. Eles acreditam
que os direitos trabalhistas estarão ameaçados caso o vice-presidente
assuma e afirmaram que não vão reconhecer nenhum governo que não tenha
sido eleito nas urnas.
- (O
impeachment) Não é um golpe só contra a democracia. Há também um
interesse claro de retirada de direitos dos trabalhadores, a aprovação da
terceirização do Senado. Não é à toa que tem apoio da Fiesp, da CNI -
disse Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.
Os
representantes dos movimentos e centrais mostraram preocupação com o
documento "Uma Ponte para o Futuro", elaborado pelo PMDB e divulgado em
outubro de 2015, que propõe o fim das indexações, seja para salários,
benefícios previdenciários ou outros gastos do governo.
-
O Michel Temer chama de "Uma Ponte para o Futuro" e nós chamamos de
"Uma Ponte para o Passado". Querem acabar com os programas sociais e
culpam eles pelo desarranjo das contas públicas, vão mexer na
previdência - completou Nobre.
Em entrevista coletiva à
imprensa na manhã desta quarta-feira em São Paulo, os organizadores
disseram que "há uma grande expectativa" de que a presidente Dilma
Rousseff participe do ato no Vale do Anhangabaú, centro da capital
paulista. A presença do ex-presidente Lula, segundo eles, está
confirmada.
Os organizadores
pretendem fazer mobilizações em todo o país no domingo. Eles acreditam
que isso pode interferir na decisão do Senado em relação ao processo de
impeachment da presidente.
- O
Senado é uma casa mais qualificada. Nós vamos debater muito com os
senadores, mostrar que esse impeachment vai agravar a crise econômica e
representa um retrocesso para o Brasil. Não vamos reconhecer nenhum
governo que não passe por eleição - afirmou o secretário-geral da CUT.
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