O Advogado não requer, reivindica
Roberto Parentoni
O artigo 133 da nossa Constituição Federal
diz: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos
limites da lei”.
No livro “O Advogado não pede, Advoga” de Paulo
Saraiva, o autor em seu esclarecimento, que compartilho, diz: o Advogado
é necessário à administração da Justiça, e não apenas do Judiciário.
Diz
ainda: “a Justiça é sempre um valor, um princípio a ser realizado
concretamente. E, como afirma o mestre Paulo Bonavides, “os princípios
valem; as normas vigem“. Não se admite mais, a nosso ver, que o Estatuto
da OAB consagre a palavra postulação como uma das formas de agir do
Advogado. Cremos que a atividade advocatícia não se circunscreve mais ao
ato de pedir, mas de instaurar o processo judicial.
Portanto,
inexiste o direito de postular – o jus postulandi – de vez que o
Advogado ou a Advogada, no seu mister cotidiano, instauram o processo
judicial, por meio do que denomino Termo de Instauração do Processo
Judicial e não petição inicial.
Sem dúvida, nada temos que pedir
ao Juiz, pois ele não nos vai dar coisa alguma. O Advogado, o Juiz e o
Promotor de Justiça compõe a tríade para a produção da decisão judicial;
exercem funcões coordenativas e não subordinativas.
Temos, sim,
de provocar a prestação judicial, por meio de um termo inaugural, no
exercício do jus instaurandi ou jus reivindicandi.”
Quero dizer que concordo com as explanações de Paulo Saraiva.
Valendo-me
da perspectiva do autor, devo dizer que sempre achei desnecessário
informar, no final da petição inicial, ou como bem ele disse, “Termo de
Instauração do Processo Judicial”, e demais manifestações, o número de
meu registro na OAB, apenas assinando e registrando a denominação de
advogado, abaixo do meu nome.
Lembrem-se que em nenhuma
manifestação, denúncia, despacho ou sentença vemos o Promotor de Justiça
ou o Magistrado anotando seus números de registros nas suas respectivas
instituições de classe.
Eles repetem o mesmo processo e anotam Promotor de Justiça e Juiz de Direito, depois de seus nomes.
Advogados e Advogadas, atentem e avante, sempre!
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