Dilma sanciona lei que limita acesso a direitos trabalhistas com dois vetos
A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira, 17, a
Medida Provisória 665, que restringe o acesso a direitos trabalhistas
como o seguro-desemprego, o abono salarial e o seguro defeso. A MP,
aprovada no final de maio pelo Senado Federal, foi agora convertida na
Lei 13.134, publicada na edição desta quarta Diário Oficial da União, e
sancionada com dois vetos.
A presidente manteve a mudança feita na
MP pela Câmara dos Deputados que reduziu de 18 para 12 meses de
trabalho o período de carência para o primeiro pedido de
seguro-desemprego, e de 12 para 9 na segunda requisição do auxílio.
O
primeiro veto foi feito ao artigo 4º-A, que concedia ao trabalhador
rural desempregado dispensado sem justa causa o direito ao
seguro-desemprego se tivesse recebido salários relativos a cada um dos
seis meses imediatamente anteriores à data da dispensa. Também dava
direito ao benefício ao trabalhador rural que tivesse sido empregado
durante pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses.
Segundo as
razões do veto, também publicadas no Diário Oficial da União de hoje, "a
medida resultaria em critérios diferenciados, inclusive mais
restritivos, para a percepção do benefício do seguro-desemprego pelo
trabalhador rural, resultando em quebra da isonomia em relação ao
trabalhador urbano". Outra razão dada pelo governo para o veto é que a
proposta não traz parâmetros acerca dos valores e do número de parcelas a
serem pagas, o que inviabilizaria a execução.
O segundo veto foi
acordado com o Senado, durante a votação. A presidente vetou o inciso
1º do artigo 9º que trata do pagamento abono salarial. Quando a MP foi
apreciada pelo Senado, depois de passar pela Câmara, o governo costurou
um acordo com os senadores comprometendo-se a vetar integralmente a
modificação proposta nas regras da concessão do abono salarial, que
aumentava a carência exigida para o pagamento do benefício.
Na
razão do veto, a presidente esclarece que ele "decorre de acordo
realizado durante a tramitação da medida no Senado Federal, o que
deixará a questão para ser analisada pelo Fórum de Debates sobre
Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado
pelo Decreto 8.443, de 30 de abril de 2015".
Essa é a primeira
medida provisória do ajuste fiscal sancionada pelo governo. A presidente
Dilma tem também até hoje para sancionar a Medida Provisória 664, que
restringe acesso à pensão por morte e auxílio-doença. Ao passar pelo
Congresso Nacional, no entanto, a MP 664 ganhou uma emenda que
flexibiliza o fator previdenciário, o que tem sido objeto de negociações
intensas do governo com os parlamentares, nos últimos dias, e pode ser
vetado.
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