Crescimento econômico deve ser repassado ao trabalhador
Índices comprovam cada vez mais que Santa Catarina está no auge da
produção alimentícia, distante da realidade nacional, o estado se
destaca no acréscimo de 8% no faturamento, em relação aos anos
anteriores.
Mas provavelmente, quem compra uma picanha, uma linguiça ou um filé de
frango não imagina que, por trás da embalagem, existam histórias de
milhares de trabalhadores que vivem se esforçando para chegar até o
consumidor um produto de qualidade e que consequentemente alavanca a
economia catarinense.
“A nossa luta é que juntamente com o crescimento empresarial é preciso
que parte desses valores sejam repassados para os trabalhadores, seja em
melhores condições de trabalho, mas também de salários”, afirmou o
presidente da Força Sindical de SC, Osvaldo Mafra.
Não há dúvidas quanto à importância da indústria de carnes para a
economia brasileira, no entanto, a Força Sindical SC busca pressionar as
empresas para que se adequem as Norma Regulamentadoras, a fim de
proteger a saúde do trabalhador.
“Muitos trabalhadores adoecem e se lesionam gravemente todos os dias
nas linhas de abate de bovinos, suínos e aves. Muitas das doenças são
causadas por movimentos repetitivos e pela exposição constante ao frio”,
lamentou Mafra.
Muitos dos problemas gerados aos trabalhadores poderiam ser atenuados
ou até mesmo sanados com investimentos e mudanças muito simples. No caso
dos frigoríficos, por exemplo, até já existem leis e normas que
protegem a saúde dos trabalhadores, mas que nem sempre são devidamente
cumpridas pelas empresas – já que isso encareceria o processo produtivo e
diminuiria as margens de lucro.
“Chegou a hora do crescimento econômico gerar algum retorno aqueles que
fazem essa produção crescer. Os trabalhadores merecem trabalho
decente”, admitiu o presidente da central estadual. “Não podemos admitir
a falta de investimentos no setor, nem arroxo salarial”.
Alguns índices não são para comemorar. No setor, há um crescimento
alarmante de 4% de trabalhadores que são permanentemente afastados dos
postos de trabalho. Em 2013 o INSS identificou que 39% dos auxílios
doenças foram para trabalhadores do setor da alimentação.
“Santa Catarina comemora de um lado e lamenta do outro, o número de
trabalhadores afastados por motivos de saúde no estado é 48% maior que a
média nacional, alavancado pela indústria da alimentação”, finalizou
Mafra.
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