Promotoria francesa diz que copiloto teria derrubado avião deliberadamente
Aeronave da Germanwings caiu nos alpes franceses com 150 pessoas. Segundo autoridades, copiloto estava vivo e respirando durante queda.
Publicado por Fernanda F. - 12 horas atrás
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A
Promotoria francesa disse nesta quinta-feira (26) que o copiloto do
avião da Germanwings que caiu na terça-feira (24) nos alpes franceses
tomou o controle da aeronave e parece ter derrubado o avião de maneira
deliberada. Segundo a autoridade, ele estava vivo e respirando até o
momento em que a aeronave bateu nas montanhas.
O promotor de
Marselha, Brice Robin, afirmou em uma entrevista coletiva que os
registros de áudio mostram que um dos tripulantes deixou a cabine, e que
o copiloto se recusou a reabrir a porta para a volta do piloto.
Ele
também afirmou que o copiloto acionou o mecanismo de descida do avião
de maneira voluntária quando estava sozinho na cabine. Não houve alerta
de emergência vindo do avião, segundo Robin.
Ainda de acordo com
Robin, os sons da caixa-preta dão a entender que o copiloto estava bem e
não parecia ter sofrido nenhum problema de saúde, como um AVC. Ele
disse que só nos últimos minutos da gravação se ouvem gritos dos
passageiros.
Nesta quarta, uma fonte militar próxima das
investigações disse sob anonimato ao jornal “New York Times” que a
gravação da caixa preta indica que um dos pilotos teria ficado trancado para fora da cabine e não teria conseguido voltar.
A
fonte disse que a gravação indica que no começo do voo os dois pilotos
conversavam de maneira tranquila e que depois um deles teria saído da
cabine e não teria conseguido entrar de volta.
"O homem do lado
de fora bate levemente na porta da cabine e não há resposta. Depois bate
mais forte e sem resosta. Nunca há uma resposta", diz a fonte. Também
seria possível escutar ele tentando arrombar a porta.
Segundo a
promotoria francesa, a interpretação mais plausível dos dados obtidos
até agora aponta que o copiloto deliberadamente se recusou a abrir a
porta da cabine para a volta do piloto.
Com os dados que a
investigação tem até agora, não se pode falar de suicídio, segundo o
promotor, que reforçou que todas as informações são preliminares e que
as investigações continuam. Segundo ele, a análise da caixa-preta de
dados irá ajudar os investigadores a entender melhor o que aconteceu.
Por enquanto, não há indícios de envolvimento de outras pessoas.
O
copiloto do avião havia sido contratado em setembro de 2013 e tinha 630
horas de voo de experiência, informou a Lufthansa à AFP. Ele foi
identificado pelo jornal "Bild" como Andreas L.. O promotor Brice Robin
disse que não tem nenhuma informação sobre o perfil psicológico ou a
filiação religiosa do copiloto. Ele reiterou que ele não estava em lista
de suspeitos de terrorismo.Já o piloto do Airbus A320 tinha 10 anos de experiência e mais de 6.000 horas de voo, segundo a Germanwings. Ambos eram alemães.
Não explodiu
Segundo
Rémi Jouty, diretor do BEA, órgão responsável pela investigação do
acidente, a trajetória do avião indica que ele voou até a queda,
descartando a hipótese de explosão no ar. "Isso não é a característica
de um avião que explodiu em voo", disse, explicando a maneira como os
destroços ficaram espalhados no terreno da queda. Ele se recusou a dizer
se a tripulação estava consciente durante a queda e na hora do choque.
A
última mensagem da cabine do avião para o controle de tráfego era
rotineira, segundo a BEA. Um minuto depois, o avião começou a descida,
que continuou até o impacto.
O radar acompanhou a aeronave até
bem pouco antes do choque com a montanha. A aeronave perdeu contato com o
tráfego aéreo francês quando estava a 6 mil pés de altura.
Segundo
ele, é necessário comparar os dados das duas caixas-pretas para saber o
que exatamente aconteceu com o avião acidentado. Isso pode levar dias,
semanas ou meses.
Vítimas
As autoridades ainda não divulgaram a lista de passageiros e tripulantes embarcados no avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses.
Porém, diante da notícia da tragédia, alguns familiares, empresas e
órgãos oficiais dos países divulgaram nomes de pessoas que estavam no
voo.
O Airbus A320 partiu de Barcelona, na Espanha, com destino a
Düsseldorf, na Alemanha, e levava 150 pessoas – 144 passageiros e seis
tripulantes.
Segundo informações da Germanwings, entre as vítimas
do acidente havia 72 alemães, 35 espanhóis, 2 australianos, 2
argentinos, 2 iranianos, 2 venezuelanos, 2 americanos, 1 marroquino, 1
britânico, 1 holandês, 1 colombiano, 1 mexicano, 1 dinamarquês, 1 belga e
1 israelense.
A origem de algumas vítimas ainda é incerta,
especialmente devido a casos de dupla nacionalidade. Devido à violência
do acidente, as autoridades acham pouco provável encontrar
sobreviventes. Conheça as histórias de algumas das vítimas.
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