Central dos Sindicatos critica aperto na concessão de benefícios trabalhistas
A maior parte das mudanças
anunciadas pelo governo para a concessão de benefícios sociais entra em
vigor dentro de 60 dias para que os sistemas eletrônicos possam ser
adaptados
O presidente da Central dos Sindicatos
Brasileiros (CSB), Antonio Fernandes dos Santos Neto, criticou o fato de
o governo ter iniciado as medidas de ajustes com decisões que afetam os
trabalhadores. Foi uma referência ao aperto nas concessões de
benefícios trabalhistas anunciado na última segunda-feira, 29, pelo
Palácio do Planalto.
“Se a primeira medida foi contra o trabalhador, agora está livre para
adotar qualquer medida contra os patrões”, desabafou Santos Neto. “Por
que começar conosco?”. O líder sindical fez esses comentários há pouco
em Brasília, onde acompanha a cerimônia de posse do segundo mandato da
presidente Dilma Rousseff.
Lembrado que durante a campanha a presidente declarou que não mexeria
nos direitos dos trabalhadores “nem que a vaca tossisse”, ele retrucou.
“A vaca não tossiu, mas pigarreou”. O presidente da CSB reconheceu, no
entanto, que havia alguns abusos na concessão de benefícios,
particularmente de pensões.
Na terça-feira, 30, foram publicadas duas medidas provisórias com as
novas regras que devem trazer uma economia para a União de R$ 18 bilhões
em 2015. Foi o primeiro pacote de ajuste das contas públicas anunciado
para o segundo mandato de Dilma. As medidas provisórias alteram as
condições para concessão do abono salarial, do seguro-desemprego, do
seguro-defeso, da pensão por morte e do auxílio-doença.
A maior parte das mudanças anunciadas pelo governo para a concessão
de benefícios sociais entra em vigor dentro de 60 dias para que os
sistemas eletrônicos possam ser adaptados. Apenas o prazo para início
das alterações para o seguro-desemprego do pescador artesanal
(seguro-defeso) foi fixado em 90 dias.
Fonte: Estado de Minas
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