UGT quer que Petrobras assegure salário de empregados de fornecedores
Foto: Divulgação
Em uma reunião ocorrida na segunda-feira (15) com o Ministro
chefe da Casa Civil, Aloisio Mercadante, a União Geral dos Trabalhadores
(UGT) e demais centrais sindicais propuseram ao governo federal um
instrumento jurídico novo para que a Petrobras possa assegurar os
salários de funcionários de empresas fornecedoras da estatal, que estão
em grave situação financeira.
Por falta de pagamento, estão
ocorrendo demissão de trabalhadores em refinarias, estaleiros e
canteiros de obras em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul e Mato Grosso do Sul. Na semana passada estimava-se que haviam 6 mil
trabalhadores nessa situação. Agora, já seriam quase 12 mil demitidos
ou em processo de desligamento.
Para Ricardo Patah, presidente
nacional da UGT, os trabalhadores não podem ser penalizados. “Nesse jogo
entre as empresas e a Petrobras, são os trabalhadores que perdem e como
acionista majoritário, o governo deve apontar uma solução justa e
rápida para esse problema. ”
Participaram da reunião, além das
centrais sindicais, representantes do Ministério da Justiça, da
Advocacia-Geral da União, Controlador-Geral da União, Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Para o governo, o ideal é um
acordo em nível nacional, que não possa ser questionado futuramente
pelas partes e que assegure a renda dos trabalhadores.
Os
sindicatos sugerem que a Petrobras deposite diretamente o dinheiro
referente ao pagamento dos trabalhadores em uma conta “protegida”,
administrada pelo Ministério Público ou pela Justiça regional, que
assegure os salários e as indenizações em casos de demissão.
Há,
porém, dificuldades jurídicas nesse processo, uma vez que a Petrobras
teria de reconhecer ser responsável solidária por esses trabalhadores. O
ministro Luís Inácio Adams, da AGU, ficou responsável por intermediar
as discussões do grupo com a Petrobras.
Também foi cogitada da
empresa pagar esses salários e depois acertar com seus fornecedores.
Caso fosse necessário, bancos públicos financiariam uma eventual
antecipação desses recursos aos trabalhadores, se a Petrobras não tiver
esse dinheiro imediatamente.
Por conta dos riscos jurídicos, as
centrais se reunirão novamente com representantes do Ministério Público
do Trabalho, na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília,
para ter certeza de que os procuradores não questionariam a Petrobras em
um acordo desse tipo.
Fonte: UGT - 19/12/2014
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