Taxa de formalização do trabalho é a maior desde 2004
Foto: Divulgação
Em 2013, o mercado de trabalho teve a mais elevada taxa de
formalização (58,0%). Há nove anos, a taxa não chegava à metade da
população ocupada (45,7%). Os dados fazem parte do estudo Síntese de
Indicadores Sociais (SIS) 2014.
Norte e Nordeste registraram, em
2013, percentuais de formalização abaixo da média nacional na década
passada (40,2% e 39,7%, respectivamente).
Por outro lado, as
regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores percentuais de pessoas em
trabalhos formais (67,4% e 67,8%, respectivamente).
Em 2004, o
número de trabalhadores formais era de 37,4 milhões. Em nove anos, esse
número aumentou 47,8%. Já a população ocupada em trabalhos informais
teve uma redução de 10,1%, passando de 44,5 milhões para 40 milhões
(42,0%).
Entre as pessoas em trabalhos informais, 62% tinham até
oito anos de estudo, mais de 70% eram empregado sem carteira ou por
conta-própria e 27% estavam na agricultura.
Grupos significativos no trabalho informal
O
perfil das pessoas em trabalhos informais indica uma proporção um pouco
maior de mulheres nesta condição (42,7%). Contudo, a distância entre as
taxas por sexo se reduziu nos últimos anos.
Em 2004, o
percentual de homens e mulheres em trabalhos informais era 52,6% e
56,7%, respectivamente. Em 2013 essa diferença era cerca de um ponto
percentual (41,5% e 42,7%, respectivamente).
Em 2013, cerca de
45% dos jovens de 16 a 24 anos ocupados estavam em trabalhos informais.
Entre os idosos no mercado de trabalho este percentual era ainda maior
(69%).
Quase metade das pessoas de 16 anos ou mais de cor preta
ou parda ocupadas estavam em trabalhos informais (48,7%). Na população
ocupada branca, este percentual era de 34,7%.
Em 2013, o
rendimento médio da população ocupada em trabalhos informais
correspondia a 57% do rendimento da população ocupada em trabalhos
formais. No Piauí, essa relação foi de 36%, a maior desigualdade entre
todos os estados.
Nos últimos nove anos, a desigualdade caiu,
pois a variação do rendimento médio dos informais foi de 51,8%,
percentual superior ao dos formais (26,7%).
O maior avanço do
rendimento médio da população ocupada em trabalhos formais ocorreu na
região Nordeste (34,6%). No Rio Grande do Norte, a variação foi a mais
elevada do país (54,4%). No caso da população ocupada em trabalhos
informais, a maior variação do rendimento médio foi na região
Centro-Oeste (62,8%).
Menos de um quarto dos empregados sem carteira contribui para a previdência social
Os
empregados sem carteira de trabalho assinada, os trabalhadores
domésticos sem carteira e os trabalhadores por conta-própria
contabilizavam quase 40% da força de trabalho e uma parcela reduzida
desse grupo buscava a previdência social de forma individual
Dentre
os empregados sem carteira, 22,3% contribuíram para a previdência
social. No caso dos trabalhadores domésticos sem carteira e
trabalhadores por conta-própria os percentuais eram 11,9% e 25,6%,
respectivamente.
Os empregados sem carteira e os trabalhadores
por conta-própria somavam 33,6 milhões de pessoas e se assemelham por
apresentar baixa formalização e um dos menores rendimentos médios, acima
apenas dos trabalhadores domésticos.
Tem–se que 44% dos
empregados sem carteira estavam no setor de serviços, sendo que entre as
mulheres este percentual chegava a 67,6%.
Com relação ao perfil
educacional, quase 60% dos homens tinham até o ensino fundamental e
cerca de 73% das mulheres tinham mais de 8 anos de estudo.
O
trabalho por conta-própria é uma categoria cujo sexo do trabalhador
influencia no perfil deste segmento, pois o trabalho é inerente à
formação de cada pessoa.
Dessa maneira, tem-se que 51% dos
trabalhadores por conta-própria do sexo masculino estavam no setor
agrícola e de construção; por outro lado, havia uma concentração de
69,2% das trabalhadoras por conta-própria nos setores de comércio e
serviços
A desigualdade de rendimentos entre mulheres e homens na
categoria de conta-própria era mais elevada que entre os empregados sem
carteira.
As mulheres que trabalhavam nesta categoria recebiam
em média 69% do rendimento dos homens. O rendimento médio das mulheres
com até quatro anos de estudo equivalia a 53% do dos homens. Entre os
mais escolarizados essa relação era de 61%.
Entre os empregados
sem carteira, o rendimento médio das mulheres era próximo ao dos homens
(90%). Mas a desigualdade se acentua segundo a escolaridade.
O
rendimento médio dos empregados sem carteira com mais de oito anos de
estudo era o dobro daqueles com até quatro anos. O rendimento médio das
mulheres com mais de oito anos de estudo nesta categoria correspondia a
71% do dos homens com os mesmos atributos. Entre os menos escolarizados
essa relação era de 79%.
Nos últimos nove anos, as categorias
ocupacionais com os maiores ganhos de remuneração foram os trabalhadores
domésticos sem carteira (60,9%) e o empregado sem carteira (57,3%).
O rendimento-hora da população ocupada de 16 anos ou mais aumenta com a escolaridade.
Em
2013, em média, a hora trabalhada da população ocupada com até 4 anos
de estudo era R$7,10, enquanto para aqueles com 12 anos ou mais de
estudo, era de R$28,24 (4 vezes maior).
Fonte: IBGE - 17/12/2014
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