Senador alerta para flexibilização dos direitos trabalhistas
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou em Plenário esta semana
que está preocupado com a flexibilização de direitos dos trabalhadores
por meio de decisões da Justiça. E lamentou a tramitação, no Congresso,
de projetos de lei com esse objetivo.
Segundo Paim, a chamada
modernização do direito do trabalho representa, na verdade, a
precarização de direitos conquistados depois de muitas lutas no decorrer
do século 20. E pode até colocar em risco a vida do trabalhador.
Ele
salientou que há um projeto que flexibiliza a fiscalização das
condições de trabalho para impedir que o fiscal, ao detectar algum
descumprimento da legislação trabalhista, vá conferir, em um prazo
inferior a dois anos, se as eventuais irregularidades foram corrigidas
pelo empregador.
Também há um processo, a ser julgado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), que pode acabar com o direito de o
trabalhador receber o adicional de periculosidade ou de se aposentar com
menos tempo de contribuição caso utilize equipamento que afaste as
condições perigosas de trabalho, acrescentou Paim.
Quanto aos
demais direitos, Paim destacou um outro julgamento do STF, que mudou o
prazo prescricional dos créditos do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) dos então 30 anos para apenas cinco anos, mesmo tempo de
prescrição dos direitos trabalhistas previsto na Constituição.
Também
há projetos em análise no Congresso que permitem a terceirização em
atividades-fim da empresa e que reduzem o período de descanso e para a
alimentação a que o trabalhador tem direito durante a jornada de
trabalho, enumerou Paim.
O senador afirmou que essa situação
acontece, muitas vezes, por omissão do próprio Congresso, que não vota
projetos para suprir lacunas legais e assim impedir decisões judiciais
que prejudiquem os trabalhadores.
“O movimento sindical tem que
-acordar para Jesus-, como diz um amigo meu. Acordem para Jesus! As
coisas estão acontecendo, tanto aqui, como lá no Judiciário! E aqui está
o Legislativo e está o Executivo. Com poder de mando”, advertiu o
parlamentar, pedindo mais mobilização em favor dos direitos
trabalhistas.
Fonte: Agência Senado - 19/12/2014
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