Mulheres e negros são os mais prejudicados pelo sistema tributário brasileiro
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Publicado originalmente no Spotniks
O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e o Comitê de Oxford para o Combate à Fome (Oxfam) lançaram nesta quinta-feira (11/09) um estudo que correlaciona a carga de impostos indiretos com a renda das famílias. O estudo ainda levou em conta outras características socioeconômicas, como o gênero e raça, cruzando dados de duas pesquisas do IBGE: a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Entre as conclusões dos pesquisadores, destaca-se o maior impacto dos tributos sobre negros e mulheres.
Os dados revelam que dos 10% mais pobres, 68% são negros e somente 32% são brancos. Estes, gastam 32% de sua renda só com tributos, em contraste com os 10% mais ricos que gastam somente 21% do que recebem em tributos, sendo que apenas 16% deles são negros e 64% são brancos.
As mulheres também são castigadas pelo sistema de tributação regressivo. Os 10% mais ricos são compostos de 18% de mulheres brancas, contra 49% de homens brancos. A população masculina negra corresponde a somente 13% do topo da pirâmide, enquanto as mulheres negras ocupam somente 3% deste total. Olhando para baixo, as mulheres também são maioria entre os 10% mais pobres, compondo quase 55% desta camada social (19% brancas e 36% negras), contra 13% dos homens brancos e 32% dos homens negros.
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