Desoneração da folha de pagamentos custará R$ 23 bi
A Medida Provisória 651/2014 se concentra em um esforço para
desoneração das empresas para ampliar a competitividade no mercado
internacional. Nesse sentido, a desoneração em folha, segundo o
secretário, estimula muito as exportações e isso pode ser um começo para
mais desonerações no futuro.
O gerente executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, destaca o retorno do
Reintegra, que devolve para as empresas exportadoras parte dos tributos
taxados sobre a exportação de produtos manufaturados.
Segundo números apresentados pelo governo quando a MP foi publicada, a
desoneração da folha de pagamentos das empresas terá impacto negativo
de R$ 23,8 bilhões na arrecadação em 2015. Subirá para R$ 27,4 bilhões
em 2016 e de R$ 31,7 bilhões em 2017.
O secretário adjunto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), Alexandre Comin, já havia alertado os
parlamentares, em audiência pública sobre o tema, para que não onerem
demais o governo. Segundo o secretário adjunto, existem "muitas emendas
para ampliar setores e a gente avalia isso com certa dificuldade".
Comin expôs que a taxa da alíquota de devolução dos tributos será
baixa, e poderá aumentar gradualmente, mas pediu aos parlamentares que
não aprovassem uma taxa fixa, pois o entendimento do departamento
jurídico do ministério avaliou que a regulamentação deve ser feita por
decreto posteriormente. Segundo ele, a medida provisória busca, de forma
geral, desonerar o setor produtivo, simplificar os tributos e as
obrigações das empresas.
Ele ressaltou que, de 2012 a 2014, a desoneração da folha custou mais
de R$ 20 bilhões aos cofres públicos, valor pequeno dentro da
arrecadação total. "Cada real entra diretamente como elemento de
competitividade. A maior parte desses incentivos foi para a indústria de
transformação", disse.
Comentários
Postar um comentário