Compras para o Dia dos Pais devem injetar R$ 5,3 bilhões no comércio
Pesquisa feita com mil consumidores, em
70 municípios do país, pela Federação do Comércio do Estado do Rio de
Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, calcula que a
compra de presentes para o Dia dos Pais, que se comemora no próximo dia
10 de agosto, vai injetar no comércio brasileiro cerca de R$ 5,3
bilhões. A pesquisa foi divulgada hoje (31), no Rio de Janeiro.
É uma projeção mais otimista do que a
divulgada na véspera (30) pela Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima movimentação em torno de R$
4,4 bilhões no comércio varejista do país. Ainda assim, com crescimento
de 4,3% nas vendas, em relação ao ano passado, mas será a evolução mais
fraca de vendas para o Dia dos Pais nos últimos dez anos, segundo a CNC.
De acordo com a Fecomércio-RJ, a procura
por roupas lidera a preferência nacional para presentes, com 43,4% das
intenções, seguindo-se perfumes e cosméticos, com 15,2%. Em relação ao
ano passado, a sondagem mostra, entretanto, redução no percentual de
brasileiros que pretendem presentear alguém na data. Em 2013, a taxa
atingiu 42,1% dos entrevistados, e caiu agora para 31,2%, ou o
equivalente a 45,2 milhões de brasileiros.
O economista Christian Travassos, da
Fecomércio-RJ, disse que embora o Dia dos Pais seja uma das principais
datas para o comércio, depois do Dia das Mães e do Natal, o consumidor
está mais cauteloso, “vivendo um momento de pisada no freio”. Ele disse
que a economia não apresenta ritmo de crescimento consistente, e o mesmo
ocorre na ponta da produção, na indústria, que ainda está hesitante,
“em banho-maria”.
Isso explica, em parte, a queda na
intenção de presentear os pais, porque se insere no contexto de
incerteza vigente na economia, “que permeia as atuais análises
econômicas, não só do Dia dos Pais”, destacou. “A gente vê isso na
Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A gente percebe também acomodação na geração de
empregos, e até um recuo em relação a períodos anteriores”, salientou.
Segundo Travassos, o freio nos gastos,
demonstrado pelo consumidor brasileiro, não está ligado ao fato de ele
estar mais inadimplente; significa que ele está mais consciente em
relação à sua renda, ao impacto da inflação: “Ele está mais cauteloso”. A
perspectiva para 2015, acrescentou, é que esse momento mais difícil
passe, “em função de o governo ter tomado medidas para reverter isso e
para que a economia reaja, principalmente na ponta da indústria”.
A pesquisa Fecomércio/Ipsos aponta,
ainda, a perspectiva de que as vendas para o Dia dos Pais movimentem
59,2% dos estabelecimentos comerciais do estado do Rio de Janeiro, que
esperam faturar, em média, 5,1% a mais do que em igual período de 2013. O
economista salientou que no caso do Rio, a expectativa de crescimento
de receita dos empresários está influenciada pela Copa do Mundo e pelos
preparativos para as Olimpíadas de 2016. O movimento turístico ainda
permanece intenso após o encerramento da Copa, no último dia 13. “O
otimismo no Rio me parece diferenciado em relação à média nacional”,
especulou.
Fonte: Agência Brasil.
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