Comércio brasileiro tem pior desempenho em dez meses
Rio (AE) - Mesmo com as vendas referentes a produtos da
Copa, o varejo brasileiro registrou em junho o menor desempenho em dez
meses, de acordo com um levantamento da administradora de cartão de
crédito Mastercard, obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de
notícias em tempo real da Agência Estado. O volume total de vendas
registrou alta de 1,5% na comparação com o mesmo período do último ano.
Júnior Santos
O setor de roupas foi um dos que tiveram índice abaixo da média
O resultado do segundo trimestre também registrou desaceleração em
relação aos três primeiros meses do ano. A avaliação é que os efeitos
da inflação, afetando o poder de compra das famílias, associados a um
menor apelo do Dia dos Namorados tenham causado o fraco resultado.
O relatório é elaborado a partir dos resultados de vendas com os
equipamentos da rede Mastercard, além de outras fontes de pagamento,
como dinheiro e cheque.
Na variação trimestral, o volume de vendas teve expansão de 4,1%
em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho, entretanto,
revela uma desaceleração frente ao primeiro trimestre do ano, quando a
expansão registrada foi de 5,9%.
De acordo com o estudo, o desempenho em junho foi influenciado por
cinco segmentos que apresentaram altas acima da média geral de vendas:
produtos farmacêuticos, higiene pessoal, supermercados, itens domésticos
e materiais de construção. Na contramão, os setores de roupas, móveis,
eletrodomésticos e combustíveis tiveram índices abaixo da média total.
Pressão
Na avaliação da gestora de crédito, a pressão inflacionária
alcançou em junho o nível mais alto no País, o que pode ter afetado o
poder de compra das famílias brasileiras. Para os próximos meses, a
projeção é de uma desaceleração ainda maior do consumo, mesmo com os
esforços do Banco Central para conter a alta nos preços.
Apesar do freio nos gastos, os consumidores demonstram mais
otimismo, segundo o levantamento da Mastercard. Em junho, o índice de
confiança subiu 1% se comparado ao mês anterior, com ajuste sazonal. O
crescimento salarial médio em 12 meses alcançou alta de 2,8% e a taxa de
desemprego manteve-se estável.
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